PÉRET E BURLE MARX NA RESTAURAÇÃO DO SANTUÁRIO DE CONGONHAS
(1973-1974)
Péret e Burle
Marx
Em razão de seu expressivo acervo de arte barroca, o
Santuário do Bom Jesus de Matozinhos, pertencente ao município de Congonhas-MG,
foi inscrito no Livro do Tombo das Belas Artes, em 1939, pelo antigo SPHAN, hoje Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional - IPHAN. O conjunto foi construído em várias
etapas, nos séculos XVIII e XIX, por vários
mestres, artesãos e pintores,
como Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho e Manuel da Costa Ataíde. O
Santuário é um conjunto arquitetônico e
paisagístico formado por uma Basílica, um Adro com esculturas de Doze Profetas,
em pedra sabão, e Seis Capelas que
compõem o Jardim dos Passos, que
representam a Via Sacra com belíssimas imagens esculpidas em cedro por
Aleijadinho. O Santuário é testemunho
vivo de um Brasil que foi colonial e se fez um estilo de arte.
No decorrer desses anos, o conjunto arquitetônico e de
imagens, conseguiu preservar a memória de tão importante período histórico. As
obras do conjunto arquitetônico e
paisagístico do Santuário e as obras barrocas de Aleijadinho, graças a algumas reformas
que se fizeram e se fazem ao longo do
tempo, ainda se encontram em bom nível de conservação.
A primeira grande restauração do Santuário foi realizada
pelo SPHAN, em 1957, focada no interior das Capelas dos Passos e em suas
esculturas, a restauração conseguiu remover camadas superpostas de tintas que
mascaravam a obra original de Aleijadinho e Mestre Ataíde. Em julho de 1957, o
Santuário foi elevado à condição de Basílica Menor, oferecendo maior incentivo
à devoção a Bom Jesus de Matozinhos.
Em 1973, iniciou-se uma segunda grande restauração pelo
Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais -
IEPHA/MG, em convênio com o IPHAN.
Foram realizadas obras de conservação, restauração e
proteção do conjunto arquitetônico e paisagístico do Santuário do Bom Jesus de
Matozinhos de Congonhas. O responsável pelas obras de restauração foi o
arquiteto e diretor executivo do IEPHA/MG
Luciano Amédée Péret e o projeto de
ajardinamento na Praça da Basílica a cargo de Roberto Burle Marx.
As obras de restauração do Conjunto Arquitetônico e o novo
Jardim dos Passos foram concluídas em junho de 1974.
A década de 70, portanto,
foi marcada pela atuação conjunta
de dois grandes especialistas, para preservar a imponência da arquitetura, arte
e beleza do Conjunto Arquitetônico e Paisagístico do Santuário do Bom Jesus de
Matozinhos, reunindo a obra prima de
Aleijadinho e constituindo-se em um museu a céu aberto.
Roberto Burle Marx e Luciano
Amédée Péret
supervisionando
as obras de restauração do Santuário do Bom Jesus de Matozinhos
Em 1985, o conjunto
arquitetônico e escultórico do Santuário
do Bom Jesus de Matozinhos foi elevado pela Unesco a Monumento Mundial e Patrimônio Histórico da
Humanidade.
O arquiteto e diretor executivo do IEPHA/MG Luciano Amédée Péret (ao centro), responsável
pelas obras de restauração do Conjunto Arquitetônico e Paisagístico do
Santuário do Bom Jesus de Matozinhos com o paisagista Roberto Burle Marx,
responsável pelo ajardinamento (à direita) e o funcionário Rafael (à esquerda).
Obras no Jardim dos Passos e vista dos andaimes nas capelas
Início do calçamento da Praça da Basílica
Reforma da Capela 6
Muro que liga o 1º Passo ao 2º visto pelo Beco dos Canudos
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